Keep Calm and não libere cortisol
O estresse está associado à vários aspectos da fisiologia. Além de ter um efeito modulador das defesas do organismo, ele promove a liberação de hormônios que alteram o estado corporal do indivíduo. Nesse sistema de resposta o principal hormônio que está relacionado é o cortisol (glicocorticoide).
Como se dá a situação de estresse? Qual sua relação com o cortisol?
A condição de estresse consiste em qualquer situação pela qual o equilíbrio homeostático do corpo é perturbado, desencadeando adaptações orgânicas que preparam o indivíduo para algum tipo de reação. Além disso, a resposta ao estresse se dá pela interação entre as características da pessoa e as do meio externo.
A concentração de cortisol no sangue aumenta abruptamente após a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, que ocorre no período de estresse e de depressão clínica. O hormônio liga-se a receptores que se encontram no interior dos leucócitos, provocando uma imunossupressão, na maioria dos casos.
Durante a reação hormonal, uma parcela de células do hipotálamo libera uma substância denominada fator, a qual é transportada para o lobo anterior da hipófise. O fator que irá estimular a adeno-hipófise, será o hormônio de liberação de corticotropina. Esta substância induzirá a adeno-hipófise a liberar o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e este estimula a liberação de glicocorticoides pelo córtex da supra-renal. Nesse grupo de glicocorticóides, acredita-se que 95% de toda a atividade é representada pelo cortisol, sendo este considerado um indicador de estresse, que pode ser verificado através de sangue ou urina.
Além disso, o sistema nervoso simpático também atua nessa reação secretando hormônios como a adrenalina e noradrenalina em resposta a estimulação simpática. A liberação da adrenalina, noradrenalina e cortisol provoca diversos efeitos no organismo: aceleração do batimento cardíaco, dilatação das pupilas, aumento da sudorese e dos níveis de glicose no sangue, além da redução da digestão. A longo prazo, o estresse pode desencadear também envelhecimento, hipertensão e úlceras. Ademais, é importante salientar que níveis de cortisol cronicamente elevados podem interferir na estrutura e função hipocampal, produzindo alterações de memória e cognição.
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