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Neném amarelinho?



A icterícia é caracterizada pela coloração amarelada da pele, membranas mucosas e escleróticas, em virtude da deposição de pigmento biliar nesses locais, havendo altos níveis dessa substância no plasma. Clinicamente, essa enfermidade pode ser detectada a partir de uma concentração sérica de bilirrubina de 5 mg/dl . A hiperbilirrubinemia é uma das enfermidades mais frequentes no período neonatal, acometendo entre 50 e 65% dos bebês. Os tipos de icterícia neonatal são classificados segundo a causa do aparecimento e época em que surgem.


Por que a icterícia é comum nos recém-nascidos?


Esse fato decorre de um maior número de hemácias (em virtude da menor vida média das hemácias) nos recém-nascidos o que permite níveis elevados de bilirrubina e menor taxa de metabolização dessa substância pelo fígado. Assim, há uma sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito e menor capacidade de captação, conjugação e excreção hepática da bilirrubina.


O aumento da circulação entero-hepática de bilirrubina ocorre devido a escassa flora intestinal (poucas bactérias intestinais) e da maior atividade enzimática na mucosa intestinal, o que reflete na entrada de bilirrubina não conjugada, a qual é lipofílica e pode atravessar a barreira hemato-encefálica, podendo lesionar as células do sistema nervoso central e provocar morte celular. No entanto, é importante salientar que a prevalência de icterícia é maior em bebês de origem asiática. Além disso, hiperbilirrubinemia, na maioria das vezes não traduz patologia subjacente, sendo considerada como uma icterícia fisiológica.


Vários fatores devem ser considerados antes da terapêutica ser adotada em recém-nascidos ictéricos. É importante que a história obstétrica materna e parto sejam analisados a fim de identificarmos os fatores que possam contribuir para a hiperbilirrubinemia, dentre eles temos: drogas maternas, o tipo de parto, retardo no campleamento do cordão umbilical, grupo sanguíneo e fator Rh, além do aleitamento materno exclusivo que também é um dos principais fatores associados ao desenvolvimento de hiperbilirrubinemia significante na primeira semana de vida. Nos casos mais leves, em geral, os sintomas desaparecem sozinhos, sem necessidade de um tratamento específico, podendo-se resolver através da oferta de sol.


No entanto, em casos mais avançados o tratamento de icterícia compreende a fototerapia e a exsanguíneo transfusão. A fototerapia se trata de um método não invasivo e de alto impacto na diminuição dos níveis de bilirrubinas plasmáticas, pois transforma a forma molécula de bilirrubina indireta em uma forma solúvel facilmente eliminada pela urina e fígado sem sobrecarregar o sistema hepático. Os recém-nascidos que se submetem à esse tratamento podem apresentar diarreia, aumento de perdas insensíveis de água, susceptibilidade à hipertermia e à hipotermia devido à exposição direta da fonte de calor (luz),erupções cutâneas e escurecimento da pele chamada de síndrome do bebê bronzeado.


REFERÊNCIAS:

De Carvalho, Manoel. "Tratamento da icterícia neonatal." Jornal Pediatria77.Supl 1 (2001): S71-S80.

Martinelli, Ana L. Candolo. "Icterícia." Medicina (Ribeirao Preto. Online) 37.3/4 (2004): 246-252.

Bhutani, Vinod K., and Lois Johnson. "Prevention of severe neonatal hyperbilirubinemia in healthy infants of 35 or more weeks of gestation: implementation of a systems-based approach." Jornal de pediatria 83.4 (2007): 289-293.

Gomes, Nathália Silva, Jesislei Bonolo do Amaral Teixeira, and Elizabeth Barichello. "Cuidados ao recém nascido em fototerapia: o conhecimento da equipe de enfermagem." Revista eletrônica de enfermagem 12.2 (2010): 342-7.

Anexo:

http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/casos_complexos/Danrley/Complexo_01_Danrley_Ictericia.pdf

Imagem:

http://manhee.com.br/posts/nenem-amarelinho-sai-ictericia


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