Implicações do excesso da ingestão de proteínas
Você está numa dieta hiperproteica? Cuidado, proteína em excesso pode te fazer mau. Leia abaixo e entenda um pouco do processo de digestão das proteínas e algumas patologias associadas a ela.
As proteínas têm como uma de suas funções a estrutural. Está presente principalmente em carnes, ovos, leite e seus derivados. Os seus componentes fazem parte dos tecidos, como o muscular e liso e desempenham diversas funções. Por isso ela é tão importante para o nosso organismo.
Tendo em vista isso, a ingestão diária de proteínas varia de acordo com as necessidades básicas de cada pessoa. Pessoas sedentárias, que não realizam atividade física são recomendadas uma dieta de 0,8 a 1,0g de proteína por dia por quilograma de massa corporal. Já praticantes de atividade física intensa esse número aumenta, chegando a ser de 1,6 a 1,7g de proteína em kg/dia. Esse considerável aumento ocorre porque tais indivíduos precisam de mais proteína para a regeneração e síntese muscular.
A digestão das proteínas se inicia no estômago com a ação da pepsina (enzima produzida pelas glândulas gástricas), onde elas são degradas em peptonas, proteoses e polipeptídeos, que são combinações maiores de aminoácidos. Quando elas chegam ao intestino delgado, esses subprodutos são novamente degradados em aminoácidos e em alguns dipeptídeos pela ação da tripsina, quimiotripsina e pela carboxipeptidase do suco pancreático.
Já a absorção desses aminoácidos sé dá no tubo intestinal, passando para o sangue e chegando ao fígado. Nesse órgão, serão produzidas novas proteínas que terão diversas funções. Quando ocorre um excesso de proteínas e aminoácidos disponíveis há um aumento das reações no fígado que irão degradar essas moléculas em ureia, glicose, trifosfato de adenosina (ATP). Tais subprodutos podem ter efeitos negativos sobre o organismo humano, uma vez que sobrecarregam o fígado e também os rins.
Uma das conseqüências é a proteinúria, que é uma manifestação clínica de danos do glomérulo. Caracteriza-se pela presença de aminoácidos e proteínas na urina. Isso pode levar à perda da função renal, configurando se em uma doença renal crônica, que tem importantes implicações como um fator de risco para doenças coronarianas como a aterosclerose.
Outra doença é a uremia. Ela é caracterizada pela alta quantidade de ureia no sangue. Isso ocorre ou pela grande produção de ureia, já que o fígado está produzindo em excesso ou por alguma disfunção renal. A ureia em certas concentrações é tóxica no nosso organismo, podendo causar náuseas, vômitos, mau hálito ou complicações mais sérias como: gastrites e úlceras.
Referências:
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